Cogito ergo sum (Descartes)

03/10/2011 16:39

 

Cogito, logo sou.

 

Significado de Cogitar

v.t. Pensar demoradamente, com insistência.
Planejar, ter o propósito de; cuidar.
V.i. Refletir, pensar.

                                     Pense antes de falar, pense para existir.

    Você pode abrir a sua boca e despejar um imenso dejeto verbal , isso não significa que será maior pensador de todas as eras.

    Você talvez use sua fala para desrespeitar, por ignorância, seu interlocutor-seja sua cultura, origem, valores, ou sua alma. Sua voz e suas palavras juntas podem orquestrar uma sinfonia dos anjos ou serem de um mal-gosto, de uma calhorda, uma ofensa tão vil a ponto de ferir alguém para sempre, irremediavelmente.

    Nem a sua pressa, seu stress, suas preocupações, ataques de nervos-nada-absolutamente nada, justifica o maltrato verbal direcionado perturbadamente aos filhos.

    Nossos filhos são nosso presente e nosso futuro, a continuidade no sentido de termos um bebê, a justificativa de os termos. Nós possuimos o poder de determinar se o amanhã será igual, pior ou melhor que o ontem.

    Uma boa educação começa e termina com uma excelente locução, capaz de orientar, inspirar, ajudar um filho a ser um comunicador, seja falando, em braile ou em liras.

    Porém, uma parcela da população parece acreditar que a criança nasce com cartas na manga, chantagens prontas, uma enciclopédia e um dicionário embutidos no cérebro, pois parecem não ensinar coisa alguma a seus filhos.

    As expectativas estão tão podres com relação à criança que espera-se que ela, apenas freqüentando a escola, descubra por si mesma como a vida funciona, induzindo-a a erros e distúrbios.

    Ela pode aprender matemática, física, química, sobre os reinos animais, geopolítica capitalista, história, do jeito que as escolas ditam.

   Porém, não é estudando para o vestibular na escola que aprenderá sobre o que realmente importa na vida, como agir, como interpretar sentimentos, fortalecer-se, compreender o amor-próprio, auto-estima, habilidades sociais, autocontrole, boas maneiras, economia, respeito a si mesmo, a sua família, seu mundo.

    Quem ensina, quem dá a base, a estrutura mental desta criança são os “professores” que ela tem em casa, que poderá ser piorada, aperfeiçoada ou pouco modificada por influencias exteriores.

    Há mães que não cozinham, por exemplo, para seus filhos-a babá o faz-assim como há mães que não dão “aulas” para seus filhos, pois a escola, cumpre esse papel, no seu imaginário.

    Mães stressadas, que vivem de mau-humor com a vida, não pensam muito antes de falar, não possuem sequer qualidade de vida, quem dirá, controle de qualidade da língua. Despejam toda a sua frustração em cima do filho, o famoso “desabafo”.

    Por favor, desabafe com o espelho, com uma caneta e um papel, com seu terapeuta, seu cachorro... Poupe seu filho de palavras duras desnecessárias.

    Se ele fez algo que não deveria, quebrou alguma regra previamente estipulada, sente e dialogue com seu filho, use o inovador “time out”, leia uma história com fundamento moral que se aplique à situação, mas, jamais, venha com ladainhas raivosas, grosserias e irracionalidades, que apenas causarão danos em seu cérebro e seu coração frágil de criança.

    Se ele pintar um boneco de canetinha colorida na parede da sala, de que irá adiantar um discurso de dez horas sobre quanto custou a pintura da sala e quão elevado será o orçamento para refazê-la, sobre como ele foi um péssimo filho, como é burro, indigno de confiança, imbecil e uma série de palavrões que vêm na sua cabeça maquiavélica a cada vez que você olha para a “obra de arte” que o moleque levado “aprontou”.

   Pegue seu filho pela mão, coloque-o no carro, no ônibus, no metrô ou numa caminhada, leve-o a um ateliê, deixe-o escolher uma tela e algumas cores de tinta atóxica para pintar à vontade. Forre o chão com jornais e permita-o ser feliz, sabendo os limites, pintar sim, mas no quadro. Use seu discurso e sua criatividade.

    Se você usar a arrogância das palavras, estará ensinando seu filho a ser um autêntico inapto. Dê um tapa no seu filho e xingue-o bastante e você criará um ser humano destrutivo e destruidor, seguindo maus exemplos, sem uma habilidade básica e imprescindível, a da comunicação. Nem você será capaz de comunicar-se com ele.

   A maneira como você se comunica com seu filho influencia diretamente na imagem que ele tem de você,e ,de certo modo, da humanidade em geral.

  Entender as intenções de um determinado discurso pode salvar uma vida, prevenir que seu filho seja feito de idiota.

    Ensine seu filho a pensar, analisar os fatos ao primeiro momento, de maneira neutra e-a seguir-, ajudá-lo a formar opiniões e argumentos sobre o assunto, de forma congruente e ponderada.

    Para existir na sociedade, como seres políticos quem cotidianamente, todo nós temos de ser, precisamos pensar muito antes de falar.

    Pense bem antes de proferir uma palavra depreciativa e dolorosa ao seu filho, crianças não devem servir como saco de pancada-verbal ou físico-de nenhum ignorante.

    Cogite, antes de ser.